quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022
de quem chegou
quinta-feira, 28 de abril de 2016
Nossa história mais-que-perfeita
Éramos eu, você e o vinho
o vento batendo à porta
o toca-fitas do vizinho
o quadro de natureza-morta
o piso rachando sozinho
a cama, rangendo e torta
Somos eu, você e crianças
um carro, uma casa amarela
a calculadora das finanças
o rádio tocando Aquarela
roupas perdidas na mudança
hoje subúrbio, ontem favela
Seremos eu e você no fim
cadeiras de balanço e ar puro
flores e frutas no jardim
dormir antes de ficar escuro
você se declara p'ra mim
e amor eterno eu te juro.
terça-feira, 15 de março de 2016
Desabafo do sofredor
Era tudo tão bonito
Era tudo tão perfeito
Quando avião era de rico
E não de pobre prato-feito
Era tudo tão legal
Não tinha compromisso
A roupa em cima do varal
Sem pagar nada por isso
Aí veio a Rosana
Com um papo diferente
"Minha filha Juliana
Vai ser igual a sua gente"
No começo até ri
Talvez fosse só a fome
Aí que eu descobri
Que isso tinha outro nome
Um tal de Lula lá chegou
Quis saber um pouco mais
No chão de fábrica pisou
Era desses vadios sindicais
Como pode bicho pobre
E ainda com dedo a menos
Querer ser gente nobre
E alimentar os pequenos?
E olha só mais essa aí
Pobre agora tem salame
Além disso, ganhou bolsa
Que antes só tinha a madame
Burrada após burrada
Só aí fui perceber
Nas mãos da empregada
Olha a nova CLT
Sobe imposto, mais e mais
Até quando o rico sofre?
O dinheiro dos jornais
Agora vou trancar no cofre
Na Suíça não dá mais
Começaram a procurar
Aí mostrei aos federais
A esquerda caviar
Não é possível existir
E nesse mundo não conheço
Gente que goste de repartir
E não me fale o seu preço
terça-feira, 8 de março de 2016
O ardor
Sou'ma garrafa de whiskey
tão cheio e vazio
já não sinto mais vida
e nem sinto o frio.
Eu só sinto em mim
o derretente ardor
que me tirou o coração
e me levou o amor.
Então canto comigo
uma ode à morte
desafino e nem ligo.
O que é perder a voz
quando já tiraram
tudo de nós?
E aí, caiu?
De cada buraco
que piso
eu sinto
o mais profundo
(mais pro fundo)
sentimento.
O descaso
os sem casa
os sem caso
e agora
por um buraco
os sem vida.
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Déjà vu
Atentados em Minas,
Terroristas gerais
Descasos e chacinas
Vale menos, Vale mais
Sangue na bandeira
Lama no brasão
Morre a terra inteira
Não só a lama da nação
Do bom dia ao bonjour
Do Cristo à Eiffel
Apagam o abajur
E vêem o mesmo céu
Corpos tão mal deitados
São vistos toda hora
Dos estados islamizados
Uma cidade se apavora
Desbarranca, dispara
Violência gera grana
A negligência que não para
É fruto de gente sacana
sábado, 10 de outubro de 2015
Little verso of desabafo
I'm not super man.
I'm not iron man.
Sometimes I'm in doubt:
Am I really a real man?